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Sobre Pandemia, Pombos e Copacabana


Você gosta de pombo? Não? Eu também não. Quero dizer... na verdade eu não gostava, mas depois de observar com mais cuidado os bichinhos, eu confesso que fui criando uma certa simpatia. Afinal, eles também são filhos da natureza, aves da família dos columbídeos que colocam de dois a três ovos e que foram adorados na antiga Mesopotâmia como símbolos de amor, sexualidade e guerra. Esquece um pouco esse lance de doença e, tente, por uns minutos, observar o comportamento de um pombo perto de sua casa. Eles são únicos, desconfiados e ousados ao mesmo tempo. São também territorialistas e possuem o melhor sentido de orientação de todas as aves. Tá ligado no Pombo-Correio, né? Pois é... pombos são demais mesmo, cada um com suas penas e seu estilo próprio de ciscar e de andar por aí. E digo mais: não foram eles os responsáveis por espalhar o COVID pelo mundo. Todo mundo sabe que a culpa é do morcego, o rato de asas. Precisamos parar de pombofobia e do cancelamento para com os pombos!


Mas eu não vim aqui falar de pombos! Esquece pombos por enquanto.


Sabe aquela música Copacabana Princesinha do Marrrrr? Sabe? Então esquece também! Copacabana não é princesinha de coisa nenhuma. Copa é Bronx, é Gotham City, é não dar mole pro pivete meter o seu cordão e sair correndo de pé descalço por entre os carros até desaparecer que nem fumaça. Copacabana é foda mesmo. Eu falo com conhecimento de causa, de quem morou a maior parte da vida por lá. E por mais que eu tenha saído de Copacabana, Copacabana nunca saiu de mim. E, pelo andar da carruagem, nem vai sair. Aqui é Copa, mermão.


E olha só que parada doida. Já são quase dez anos longe do bairro que cresci e, durante essa pandemia, tive uma vontade incontrolável de escrever sobre Copa. E eu só percebi isso agora, no comecinho de 2021, quando eu recebi o meu livro de contos editado, bonitão, com o pombo galante na capa. São 3 contos que se passam lá, cada um representando uma década que eu vivi no bairro. O nosso subconsciente é mesmo mucho loco, né não? Me jogou direto pro meu porto-seguro durante esse momento tenso. Eu juro que abria o computador com a intenção de escrever contos sobre a vida durante o isolamento, porém só conseguia pensar nesse bairro maluco. Escrevia “pandemia” no teclado e saía “Copacabana” na tela. Vai entender!


Pois bem, te apresento aquele livro que forçou seu próprio nascimento e que vêm recheado de referências e de coisas que aconteceram onde? Lá em Copa. Então, com vocês, tenho o prazer de apresentar o: Foi lá em Copa”.


Chega lá! Valeu, meu pombo. Um abraço do Will (pandemia - 2021)






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